domingo, 4 de março de 2018

Da Seriedade ao jogo com o Estoril

Há um grave problema de seriedade no Futebol.

É sentido com maior importância do que realmente tem e discutido como se não importasse para nada.

Sentimo-lo de forma demasiado séria mas discutimo-lo sem ponta de seriedade.
Um mundo à parte. Um mundo onde paixões e fanatismos originam comportamentos individuais incompatíveis com os comportamentos sociais.

Uma dictomia pessoa/adepto.

No outro dia ouvia Ricardo Araújo Pereira e só podia concordar. O estádio é o local onde o adepto tem de ferver. É o local onde a boçalidade, a paixão, o irracional e a loucura têm de extravasar. Mas assim que esse irreconhecível louco sai do recinto, deve voltar a assumir controlo o cidadão, a educação, a honestidade, o respeito e a seriedade.

Não acontece. Não acontece porque as pessoas vibram mais com as rivalidades do que com o jogo jogado. Os estádios multiplicam-se. O Facebook é um estádio. Cada programa televisivo é um estádio. O nosso sofá é um estádio. A nossa mesa de almoço. O café ali da esquina. Um constante estádio de alma.

Imaginemos que realmente o Jorge Jesus traiu o Benfica na hora da sua saída. A razão do clube seria um facto e nunca uma justificação.
Contudo rapidamente se perde foco da verdadeira acusação e se desperdiça a razão em guerras de barulho, em circos de não-verdades.

Assim a vitima rapidamente se confunde com o culpado. Olho por olho e todos ficam cegos, uma guerra cega onde realmente ninguém já vê nada. 

Esta foi a guerra recente com o Sporting. Depois de 2 anos de barulho, acabou antes sequer de ter começado.

Agora estamos perante a uma guerra com o Porto. Uma guerra que começou com a divulgação dos mails.

Admitamos que existe um comportamente menos ético do nosso clube e que esse fere a legalidade da nossa posição no futebol português. Admitamos.

O que fez o Porto com essa razão? Esbardalhou-a em ódios. Sem qualquer auto-controlo deixou-se levar pela ânsisa de atacar o seu inimigo.
Enterrou o seu bom argumento num circo de novelas. Juntou barulho onde deveria haver precisão.

Alimentou uma discussão de bruxarias, de compras de jogadpres, de relacionamentos com jogadores do próprio clube, de facilitismos dos adversários. Perderam-se no rídiculo.

E o Benfica que anunciou uma estratégia calculista e certeira, rapidamente colocou os seus agentes a ripostar com barulho e mais barulho.

Acusações idiotas de um lado e do outro. Acusações ruidosas sem fundamentação.
Uma urgência irracional de abdicar do sentido de justiça e envergar por uma competição louca de manipulação da opinião pública.

E é nesta toada que chegamos ao dia de hoje.

Na sequência de acusações e insinuações de um lado e do outro, chegamos ao jogo do Estoril - Porto.

Começa a suspeição com o adiamento prolongado do jogo? Poderia ser de outra forma? Talvez. Mas a ninguém interessa realmente analisar essa possibilidade.

Tanto tempo depois, com a segunda-parte a arrancar com o Porto a perder e com uma situação classificativa onde o Porto estava a 2 mas podia ficar a 5pts, ninguém conseguiu aceitar a reviravolta no marcador.

Começou-se por apontar ao árbitro. Depois ao VAR porque tinha sido advogado no processo Apito Dourado. Depois apareceu um Cesar Boaventura a falar de malas. Mais tarde surgiu a acusação que o Porto tinha pago. Depois afinal tinha sido um pré-pagamento.

Quem tem acompanhado esta sequência desesperada de acusações, fica com a clara noção que isto provavelmente é só mais um episódio.
Surge numa altura em que o debate "futebolistico" está num nivel extremamente reles. Um debate onde sem qualquer pudor se acusa os jogadores de facilitarem em troco de dinheiro. 

É assim que agora vamos olhar para a Liga Portuguesa? É assim que agora vamos encarar qualquer jogo menos ou muito conseguido de um grande?

Este Cesar Boaventura não será só mais um Peão Guerra no combate ao Francisco J. Marques?

É tanto lixo que nos servem...

Voltando ao Estoril.

A situação é estranha e no Futebol Clube do Porto não há santinhos. A podridão não desaparece só porque as escutas não foram aceites como prova em tribunal.

Por isso, e para bem da minha sanidade, resolvi desligar-me do barulho propangadista e fui analisar os factos. Enfiei a cara nos Relatórios e Contas do Futebol Clube do Porto dos últimos quatro exercícios. 

Começando pela questão dos dinheiros.

Nos Relatórios e Contas do FCP é possível verificar que em Junho/15 estes deviam 705mil euros ao Estoril. Posteriormente, em Julho/15, o Porto vendeu o Carlos Eduardo.

No documento seguinte, consta que o Porto nada deve ao Estoril a Junho/16.
Entretanto na rúbrica "Outros Passivos Correntes/não Correntes - Acréscimo de gastos - Encargos com transacção  de "passes" de jogadores, não vencidos" aparece um valor consequente da venda do Carlos Eduardo.

O FCP aí explica que esta rúbrica é referente a valores devidos a terceiros ainda não facturados e decorrentes de transacções de jogadores.
Também indica alguns jogadores que estão integrados no montante dessa rúbrica - o Carlos Eduardo é um deles.

Em Junho/17 a situação mantém-se. O Porto não apresenta qualquer dívida ao Estoril mas indica dever a terceiros montantes resultantes da venda do Carlos Eduardo, estando ainda à espera que esses valores sejam facturados.

Portanto até aqui não temos nada de anormal nas contas do FCP.
Deviam X ao Estoril, esse valor foi liquidado. Venderam um jogador e registaram o valor que deviam a terceiros como um montante que aguardava factura. E assim se manteve tudo durante dois exercicios.

No último documento, o Porto já indica uma dívida ao Estoril com o valor de 784 mil euros. Portanto em Dez/17 o Porto deve Y ao Estoril.

A dívida de Jun/15 e a de Dez/17 são montantes independentes. Havia uma dívida, foi paga e dois anos depois contraiu-se outra dívida.

De onde surge a dívida existente em Dez/17? O FCP refere ter sido facturado em Nov/17 pelo Estoril relativamente a valores devidos de transferências, valores onde se incluem os da venda do Carlos Eduardo - que anteriormente estavam na rúbrica de valores por facturar.

Sinceramente não há ponta por onde possamos pegar nestas Contas apresentadas pelo FCP.

Podemos colocar 3 questões:

1. Porque é que o Estoril demororou mais de 2 anos a cobrar estes valores? É estranho sim mas será relevante para o assunto em causa? Se realmente tiver cobrado em Nov/17 então é irrelevante para a questão do jogo com o Porto.

2. A factura apresentada pelo Porto é veridica? A justiça facilmente irá averiguar a veracidade daquele documento. Na minha opinião o Porto deveria apresentar o documento original e não o fazendo deveria explicar os motivos para não o fazer. Não há qualquer obrigação de o clube trazer a público documentos privados, contudo ficaria bem para a imagem dos intervenientes junto da opinião pública.

3. O timing do pagamento é estranho. No minimo apresenta uma enorme falta do bom senso. Será só isso? Basta provarem que ficou acordado o pagamento no decorrer de Março e basta provarem que, tal como informaram, fizeram pagamentos também a outros clubes. Portanto, foi uma liquidez do momento que só serviu para liquidar contas com o Estoril?

Percebido que a factura é real e que as contas todas batem certo, falta comprovar que o Porto se comprometeu a liquidar a dívida naquela data. Outra possibilidade seria o Porto se ter recusado a reconhecer aquele valor até... dar jeito reconhecer dependendo de uma outra contrapartida. 

Para se evitar estas polémicas, não deveriam os clubes comunicar à Liga estas situações com a devida antecedência?

A menos que se prove que a factura apresentada pelo Francisco J. Marques é falsificada, para mim tudo o que aqui há é uma tremenda estupidez de toda a gente envolvida no processo e no barulho.

Além da situação do tal pagamento, também tem havido muita polémica quanto à utilização dos jogadores.

Vou ser sincero, há muita gente a emprenhar pelos ouvidos. Se eu me fiasse no que tenho ouvido e lido, andaria bem longe da realidade.

A polémica tem surgido à volta da não utilização do central Pedro Monteiro e do lateral Abner.

Comecemos pelo lateral. 
Este foi emprestado pelo Castilla ao Estoril. Mal foi utilizado a época toda. Foi titular frente ao Porto devido aos muitos indisponiveis para o jogo. De seguida foi terminado o seu empréstimo e o jogado foi devolvido.

Segundo o presidente do Estoril, o jogador já tinha pedido para ser devolvido porque tinha mercado no Brasil e no Estoril não jogava. Foi pedido ao jogador para ficar pelo menos no jogo com o Porto porque não havia mais soluções para a titularidade. O jogador aceitou, fez esse jogo, insistiu em ser devolvido e foi.

Quanto ao Pedro Monteiro.
O central começou a época como titular ao lado do Paulão. O brasileiro lesionou-se e o Halliche assumiu a titularidade ao lado do Monteiro. Em Janeiro o Estoril contratou o Dankler. A dupla de centrais passou a ser Dankler e Halliche. Quando se realizou a segunda parte do jogo com o Porto (21 de Fevereiro) o Monteiro não saía do banco já há vários jogos. Nesse jogo teve de ser titular com o Halliche.
No jogo seguinte o Paulão, titular antes da lesão, recuperou e voltou ao convocados. A dupla de centrais titulares manteve-se e o Paulão foi o suplente - Monteiro na bancada. No jogo seguinte (ontem) o Paulão relegou o Halliche para o banco e assumiu a titularidade.

Como podemos ver, tanto um caso como o outro são extremamente lógicos e normais.
Num contexto de suspeição claro que iremos questionar tudo, afastar cortinas à procura de qualquer monstro ou monte de pó.

Terá o Porto pago ao Estoril e a direcção deste terá se dirigido aos dois jogadores dizendo "Olhem, vocês já perceberam que não têm lugar na equipa mas vão ter de jogar com o Porto. Então o que me dizem, já que vão desaparecer dos convocados e dos holofotes, de facilitarem e receberem um bónus extra antes do adeus?"

Não é impossível mas é rebuscado.

Eu não acredito. 

Vejo um mau jogo de um Estoril muito condicionado. Vejo uma entrada em força de um Porto, ao seu estilo. Vejo um desespero pelo alargamento da distância pontual. Vejo uma tremenda falta de ética. E vejo uma total falta de bom senso quanto ao timing do pagamento da dívida. 

Que seja feita a investigação necessária.

E que de uma vez por todas os dirigentes deixem de querer manipular aqueles que são cegos de paixão pelas suas cores. 

PS: Há muita gente que comenta nos jornais, na televisão e no facebook, gente responsável, inteligente e respeitável. Essa gente tinha obrigação de trazer alguma seriedade ao ambiente que se vive no nosso Futebol. A superficialidade com que falam sobre a questão o bruxo da Guiné, sobre os descontos do Capela e sobre o dinheiro do Paulo Pereira Cristóvão, é de uma irresponsabilidade repugnante.


17 comentários:

MP disse...

Obrigado por este post :)

Zé Bode disse...

Desculpe mas você desvia tudo para o acessório e não se foca no essencial.
Factos:
- O Porto estava com enormes dificuldades no jogo. O Estoril estava forte e motivado
- Houve uma interrupção de jogo deliberada por uma especulação.
- As autoridades validaram que tudo não passou de especulação.
- Podia e havia possibilidade do jogo ser terminado nas 24h seguintes nem que fosse no Restelo.
- O Porto pagou mais de 700 mil euros, sabe-se lá do que no intervalo do jogo.
- Os jogadores do Estoril apresentaram uma postura ridicula muito diferente do outro jogo.

Tudo o resto é acessório.

pUlse disse...

Excelente post, muito lúcido e pertinente.
Parabéns.

Anónimo disse...

Zé Bode,

As explicações dos factos são algo de acessório? Porquê? Porque não corroboram com a suspeição que dá jeito levantar?

A sua análise ao jogo não é um facto. É somente uma opinião.

O que diz sobre as autoridades não é facto. Nem verdade.

Quanto à possibilidade de se jogar no dia seguinte no Restelo foi algo falado na comunicação social mas nunca houve um esclarecimento se havia essa possibilidade.

Para você o essencial são opiniões dadas por peessoas e não os factos. Para si o esclarecimento dos factos é algo acessório.

Anónimo disse...

Infelizmente há outros factos que não foi sequer referido.
As declarações do treinador do Estoril, acusando os seus jogadores de não terem feito o que deviam.
Há também, durante a transmissão da 2ª parte do jogo na SporTV, um comentário de um comentador insuspeito, estranhando o comportamento de alguns jogadores do Estoril.

E o Estoril foi apenas mais um jogo suspeito.
Há o jogo em Chaves (terreno sempre difícil para qualquer equipa) em que o Porto poupa alguns jogadores e ganha com uma enorme facilidade.

Há o jogo dos 5-0 ao Rio Ave para limpar a imagem dos 0-5 de Liverpool. No 1º golo do Porto o guarda-redes evita defender a bola.

Há uma série de incríveis falhanços de defesas adversários que passam a bola a avançados do Porto para estes marcarem o 1º golo da sua equipa.

Pode ser tudo coincidência? Pode. E o pai Natal também pode existir.

Como também é coincidência tudo isto se passar num ano em que o Porto está com a corda na garganta, em risco de falhar o acordo do fairplay financeiro da UEFA.

Paulo

Anónimo disse...

Paulo,

Não há factos por referir mas sim opiniões.

Tudo o que fiz foi analisar a situação do pagamento e da utilização dos jogadores.

Tudo o resto é barulho, são opiniões. São suspeições que nada me importam. Nem hoje, nem ontem nem amanhã. Para mim não passa de mau perder.

E nunca me irei descer a um nível de discussão onde goleadas são alvo de suspeição, desde que sejam a favor da cor do rival.

E por isso nem lhe vou responder mais, porque tudo o que apresentou foram suspeições bacocas de muito mau perder.

Quanto ao extenso texto onde está a responder, nem um comentário fez. Porque simplesmente não comprova a suspeição que lhe dá jeito acreditar.

Ao menos viu os jogos que está a enumerar? Ou ficou-se pelos resumos nos programas "desportivos"? As nossas várias goleadas, essas já são imaculadas certo? Nessas é tudo um mérito avassalador nosso.

Bem haja.

cavide disse...

Daniel Oliveira, parabens pelo texto nao é facil encontrar na blogosfera adeptos qualquer que seja a sua cor, com tamanha imparcialidade

Quero apenas deixar um comentario relativamente ao timing do pagamento.

Se o porto tivesse pagado ao estoril 700mil euros depois do jogo...esse pagamento nao seria igualmente alvo de enorme campanha de suspeiçao?

Obviamente que pagando 6 meses depois do jogo ja nao seria assim, mas tudo o que fosse nos 2 meses seguintes ao jogo haveria sempre adeptos que diriam que era o pagamento pelo favor...

Nao ponho as maos no fogo por nenhum dirigente, nem do meu clube... mas este caso especifico deste pagamento... nao acredito que seja o que pintam

joão carlos disse...

neste caso o que existe é muita falta de ética, mas vindo de onde vem nem é de estranhar, mas nós nem podemos falar muito porque de vez em quando também temos algumas atitudes pouco éticas.

o caso do jogador do estoril que foi dispensado só tem importância devido às palavras do treinador.

o caso mais grave sempre foi o adiamento do jogo para uma data tão distante e com tantas alterações, que são uma aberração, ao intervalo, mas sobre isso nunca sequer dissemos uma palavra, muito provavelmente porque aprovamos estes regulamentos.

Anónimo disse...

Cavide,

O timing do pagamento é uma questão complexa.

Admitamos que em Novembro o Porto realmente acordou com o Estoril liquidar aqueles valores até Março. Na altura desse acordo não haveria qualquer possível indução de que a 2ª parte do jogo seria adiada.

Como deveriam os clubes proceder perante os novos acontecimento?

Pagar uma semana antes ou uma semana depois era igual.

Ou combinavam o pagamento para o final da época ou, por urgente necessidade do clube da linha, teriam de informar a Liga sobre esta situação de forma a clarificarem toda a situação antes que estalasse nova polémica.

Num Futebol onde se levantam suspeições sobre tudo, os clubes têm obrigação de acautelar todas as suas acções.

Anónimo disse...

João Carlos,

Houve um treinador agastado com a exibição dos seus jogadores. Contudo não é o primeiro a manifestá-lo esta época.

Houve um treinador que teve de colocar uma equipa de segunda linha em campo. Uma exibição menos conseguida seria expectável.

O presidente do Estoril explicou a situação do Abner. Faz sentido. Ser é verdade ou não... Eu não tenho motivos para não acreditar.

Como disse, achando que tudo não passa de falta de bom senso, fico à espera que as investigações confirmem a autenticidade da factura apresentada pelo Francisco J. Marques. Será uma investigação rápida.

Quanto ao adiamento... À primeira vista a Liga teria de assegurar que o jogo se tivesse realizado naquela semana, nem que se adiasse o jogo seguinte do Porto. Mais valia adiar um jogo inteiro do que uma parte de um jogo.
Isto é a minha ideia sem realmente saber o que esteve na mesa em discussão, sem saber as reais limitações e possibilidades, portanto só a minha suposição.

troza disse...

A investigação é parar tirar isto a limpo. Havendo investigação, ainda bem que há um blog que muda o paradigma do futebol tuga: em vez de mandar tudo para baixo (como todos os clubes têm feito), dá o benefício de dúvida a tudo e todos até que se prove o contrário.

Eu acho que o principal problema foram os casos recentes claros que não deram em nada ou em muito pouco (apito dourado, o caso do Paulo Pereira Cristovão que foi apanhado a depositar dinheiro na conta dos árbitros) e a continuação do clima de suspeição pela não demissão de pessoas ligadas (como se faz noutros países mais desenvolvidos), quer pela não acção da federação e justiça em casos como os mails, como este caso, como tudo...

Há muito que acho que se em Inglaterra resolveram o problema dos hooligans, as discussões sobre arbitragem são levadas com muito cuidado com o risco de multas pesadas, etc... aqui também é possível fazer quando as pessoas quiserem.

Esta federação/liga têm vários casos que exige a sua demissão: o caso do Slimani foi mau mas a sua replicação no caso Samaris o ano passado só mostra que nada fazem para corrigir erros deles ou falhas nos regulamentos, a multa ridícula que o Porto teve de pagar por invasão de campo quando os regulamentos são claros, o não castigo ao Marega (porque o do Samaris foi justificado pela mesma acção e se calhar foi curto face ao que foi feito), o facto de nem conseguirem fazer com que presidentes cumprem os seus castigos, os cânticos ofensivos que se prepetuam há anos nos estádios portugueses e que agora estão a piorar... tanta coisa e ninguém faz nada para resolver. E também podemos apontar isso às direcções dos clubes (no caso do Benfica, quantos petardos vão rebentar mais quando são proíbidos?).

Enfim... tanta incompetência à volta de um jogo que tem um lado tão bonito dentro do campo mas que está a mudar o foco para o que se passa fora dele.

Por fim: perder faz parte do desporto e ninguém ganha sempre. Saibamos perder para também sabermos ganhar. E nós portugueses (todos) somos péssimos a perder e parece que o ganhar é cada vez mais para calar adversários e isto é coisa que não percebo. A alegria é o nosso clube ganhar, não os outros perderem...

rosario negrao disse...

"... Este Cesar Boaventura não será só mais um Peão Guerra no combate ao Francisco J. Marques?

É tanto lixo que nos servem...

admitamos que existe um comportamente menos ético do nosso clube e que esse fere a legalidade da nossa posição no futebol português. Admitamos...."

Explica-me estas frases p.f.??
Mostra-me aonde estao os comportamentos menos eticos???
E o lixo? estas a referir-te a cs?
Sinceramente parece-me que estas mais preocupado a justificar o comportamento do fcp do q1ue a defender o SLB!!!

Anónimo disse...

Rosario Negrão,

Defender o Benfica nunca será defender aqueles que o sujam e muito menos as suas acções que vão contra tudo o que o clube representa.

Esses que escudados pelo símbolo do clube pisam nos seus valores, não o estão a defender mas sim a sabotar. Servem-se do clube para os seus próprios interesses. Fazem-no de vermelho porque é daí que advém as suas vantagens. Viessem elas de outro lado e aí andariam a ladrar de verde ou azul.

Em momento algum justifiquei o comportamento do Porto. Aliás, apelo que o próprio FCP o justifique.

As frases são auto-explicativas.

Anónimo disse...

Troza,

Não temos um futebol dignamente dirigido porque os próprios clubes não estão interessados nisso.

Aqui tudo o que importa é ganhar. Ganhar é a verdade absoluta.

Deixe-me só discordar ligeiramente do que diz do caso Paulo Pereira Cristóvão. A história que tem sido replicada afasta-se cada vez mais daquilo que realmente aconteceu. Meteu dinheiro na conta do árbitro sim. Mas o objectivo real tem sido cada vez mais esquecido. Dito isto, continuo a não estar convencido que o Sporting, mesmo que seja inocente, não devesse sofrer penalização.

joão carlos disse...

mas a segunda parte poderia, e devia, ter sido jogada no dia seguinte porque o campo não tinha problemas a bancada não podia era ser utilizada por publico, mas para isso bastava fechar a dita bancada.

o jogo só foi adiado porque os regulamentos permitem estas alterações todas.

RM disse...

Não concordo minimamente com a tua opinião.
Ser sério é diferente de inocente ou ignorante.
Este post é a abordagem do inocente. Não podes simplesmente menosprezar factos e contexto.
Todo o direito à tua opinião, mas ser mais papista do que o Papa não me parece boa politica.
Contexto: Estamos a falar da mesma estrutura que foi julgada no processo “Apito Dourado”. Não condenada, não por falta de provas, mas por uma tecnicidade na sua obtenção.
Contexto: Estamos a falar de uma SAD que durante meses praticou livremente o crime de devassa de e divulgação pública de correspondência de uma SAD, suportada por um juiz que rejeitou uma providencia cautelar ao abrigo da utilidade pública do conteúdo. Estou a descrever estes factos e continuo incrédulo de como a justiça se permitiu a abrir um precedente deste tipo. Muito grave.
Posto isto, contexto que efectivamente menosprezaste, não podes olhar para os factos que elencaste e continuar a ver situações normais e insuspeitas.
É o mesmo que dizer que o Al Capone não era criminoso, apenas se enganou na declaração de impostos.
Acresce que ficou por aí (não só neste post) esquecido, que o próprio adiamento da 2ª parte do jogo é organizado, desrespeitando os regulamentos da própria LPFP.
No que respeita à parte contabilística custa-me entrar em detalhe, porque não consegui perceber a lógica que aplicaste.
Mas a justificação dada, é a de que a transferência inclui (entre outros) os 20% de direitos sobre a venda do Carlos Eduardo para o Al Hilal. Isto acontece em 2015/2016... e a dívida só aparece em 2017? Somos todos amigos e o FCP compra um jogador do Maritimo, mas ao Portimonense, certo...
Admito a minha ignorância nas artes mágicas da contabilidade, mas não consigo perceber como é que uma dívida ou na tua opinião duas dívidas navegam assim na maionese da contabilidade. Mas nem vou entrar por aí.
Nem vou falar do Sporting, porque não tenho tempo nem espaço para abordar tudo.
Agora não posso é de todo concordar contigo quando aceitas tudo isto pacificamente (ou estás a ser irónico) e depois vais aceitando (parece-me que a custo) a presunção de inocência dos dirigentes do Benfica.
Para mim, tudo isto é surreal. O que está a ser feito é um valente circo na justiça. Está a transparecer que há uma justiça selectiva ou com um olho destapado.
Eu quero mais é que a justiça seja Justiça. Criminosos a pagar pelos crimes. Mas não posso olhar para tudo isto sem incluir um contexto, sem incluir o mundo. Quando me parece, que pelo menos neste post, fazes isso para o caso do FCP e não o fazes para os casos que envolvem o Benfica.
Eu não vejo Benfica, nem FCP, nem SCP, eu vejo Justiça. Eu não posso aceitar ficar à mercê de uma justiça que só funciona a reboque de pedidos, sejam eles quais forem.
Não posso aceitar que existam casos em que MP e as equipas de investigação criminal insistem que há provas para condenar os acusados (por exemplo a operação Fénix, podes juntar ao rol do contexto) e onde na prática temos um condenado (a pagar uma multa) por posse de arma ilegal. Ou temos uma cambada de incompetentes a investigar ou a justiça não é Justiça.

Deter alguém por suspeita de corrupção e violação do segredo de justiça, aplaudo, mas como posso aceitar calmamente isso e ver de forma continuada a violação do mesmo em demais processos sem que nada aconteça? Todas as peças jornalistas sobre os processos judicias com acesso a documentos oficiais e não há ninguém acusado do mesmo crime a não ser um funcionário do Benfica?
Houve um blog que publicou em Fevereiro o documento em que se comunicava a dita denuncia anónima e não há mais detidos pelo mesmo crime?
Na minha opinião, o tema aqui é bem mais profundo do que A, B ou C, o tema é o estado da Justiça em Portugal. E não concordo que vejas a gota sem olhar para o oceano, acho demasiado ingénuo.
E prevejo que isto venha a tomar proporções desastrosas e sem precedentes na nossa Justiça. E repito, nada tem a haver com o desporto. Simplesmente há criminosos que se escondem atrás dele e que manipulam a justiça.

H PontefaLuz disse...

Isto é Benfiquismo. Ponto Final.